
Cláudia Barros, natural de Viana do Castelo, é uma jovem de 29 anos apaixonada por plantas, que descobriu e fascinou-se pela Biotecnologia Vegetal na Deifil, uma empresa biotecnológica especializada em micropropagação vegetal. A trabalhar na Deifil desde 2016, a Cláudia conta-nos como a sua jornada profissional na empresa começou por acaso, mas hoje em dia abraça a micropropagação com entusiasmo. Conta-nos também como é trabalhar na propagação de 2 milhões de plantas anualmente.
Qual a sua função na empresa?
Gestora da produção in vitro.
Como se interessou por esta área?
A Biotecnologia Vegetal é que me escolheu a mim para fazer parte dela! Foi o destino que me conduziu até à micropropagação de tecidos vegetais!
Tinha terminado um CET de Viticultura e Enologia há cerca de 1 ano, na Agrária de Santarém, e andava à procura de trabalho, quando nas minhas pesquisas encontrei a Deifil. Percebi que era uma empresa que trabalhava com plantas e como as plantas são uma das minhas paixões, pensei “Porque não enviar o meu currículo e ver no que dá? ”Mas sem grande esperança que fosse obter uma resposta. Lá mandei o currículo e passado cerca de 3 semanas, recebi um e-mail da Deifil a marcar uma entrevista. Só aí é que fui pesquisar mais sobre a empresa e apercebi-me que era dedicada à biotecnologia vegetal. O meu pensamento mais imediato foi “Vou à entrevista, mas de certeza que não vou ser selecionada!” Eu não tinha conhecimentos nesta área, nunca tinha ouvido falar em micropropagação ou em cultura de células vegetais, a minha formação era de Viticultura e Enologia. A verdade é que fui à entrevista, onde a pergunta mais difícil que me fizeram foi “Quem é a Cláudia?”. Após uma conversa onde fui muito direta e disse logo que não fazia ideia do que era a micropropagação in vitro de plantas, mas que estava disposta a aprender e a experimentar, disseram-me para aguardar resposta. Passado quase 1 mês, recebo um telefonema da Andreia Afonso a perguntar se ainda estava interessada.
Comecei à experiência, inicialmente na estufa, local para o qual tinha sido admitida. No entanto, quando entrei no laboratório e experimentei a repicagem das plantas in vitro, nunca mais saí de lá e fiquei logo fascinada com aquele trabalho. Fiz um estágio profissional de 9 meses e assinei contrato com a Deifil.
Quanto mais repicava, mais gostava! Ver as plantas manipuladas por nós a crescer, cuidar delas, acompanhar o seu desenvolvimento até irem para o cliente, era, e é, o que me mais me fascina. Acompanhar o crescimento da Deifil, saber o que era quando cá entrei e ver como é atualmente, fazer parte desse crescimento dá-me muito orgulho. Costumo dizer que as plantas, quando ainda na fase in vitro, são os meus bebés.
Um desafio que a empresa enfrentou e como contribuiu para o resolver?
O crescimento rápido da Deifil e a dimensão do espaço físico do laboratório é um desafio constante. O laboratório tem 140m2 e nesse espaço, são atualmente propagadas cerca de 2 milhões de plantas, anualmente. Este desafio, que é constante, tem sido superado com muita organização, coordenação entre equipas laboratório/estufa, planeamento da produção, colocando em prática princípios da produção Lean e muita dedicação e sentido de responsabilidade, mantendo sempre o foco no objetivo e apostando numa melhoria contínua e otimização de processos.
O que a move na Deifil?
O carinho que desenvolvi pela Deifil, uma vez que a vi a crescer e acompanho a sua evolução, fruto de muita dedicação e trabalho árduo de todos os colaboradores. Vejo a Deifil como algo também meu, algo que ajudei a crescer, e o meu afeto pelas plantas e pela cultura in vitro nasceu aqui. A aposta contínua em mim por parte da Deifil, que me acolheu sendo eu de uma área totalmente diferente, deu-me formação, incentivou-me e facilitou-me uma licenciatura em Biotecnologia, na Escola Agrária de Ponte de Lima, em regime trabalhador-estudante. A confiança que depositam em mim, promovendo-me para a gestão da produção in vitro, são tudo aspetos e gestos que me movem e fazem-me manter o foco no sucesso da Deifil.
Se não tivesse seguido esta área, que outra teria seguido?
Certamente, teria continuado na área da Viticultura e Enologia, pois era a minha área antes de entrar e me fascinar por este mundo da Biotecnologia. No entanto, a licenciatura em Biotecnologia, abriu-me novos horizontes e fez-me perceber que, para além da Biotecnologia Vegetal, também iria gostar de seguir a área das Ciências Farmacêuticas e Biomédicas, algo que antes da licenciatura pensava não ser para mim.
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Este artigo faz parte da celebração dos 25 Anos da P-BIO.
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P-BIO
30 de julho de 2024