A representação das empresas da Indústria da Biotecnologia na Europa é feita pela EuropaBio, a Associação Europeia para a Bioindústria. A associação reúne esforços desde 1996 para defender os interesses do setor ao nível europeu e interage com os órgãos legislativos e executivos da União Europeia (UE), o Parlamento Europeu, o Conselho da UE, e a Comissão Europeia, com o objetivo de influenciar as políticas endereçadas à Biotecnologia, em concreto às áreas da saúde e da biotecnologia industrial.
A EuropaBio é constituída por membros corporativos e associados, mas também por associações regionais ou nacionais de Biotecnologia, como é o caso da P-BIO. O seu trabalho é desenvolvido com base em 5 pilares de atuação:
Em 2021 a EuropaBio apresentou um estudo intitulado por Measuring the Economic Footprint of the Biotechnology, que procurou analisar o impacto económico deste setor, motivada pela intenção de apoiar a estratégia industrial europeia.
O estudo estabelece o impacto económico das empresas europeias que recorrem à Biotecnologia nos seus processos de investigação e/ou produção, e quantifica este impacto no período entre 2008 e 2018, pelo que considera os antigos 28 Estados-Membros da UE. Este estudo confirma o desempenho económico significativo da Biotecnologia, incluindo a contribuição direta para o PIB e o mercado de trabalho, para além do impacto indireto nas cadeias de abastecimento europeias.
O estudo foi conduzido pela análise dos 5 indicadores económicos elencados abaixo.
A taxa média anual de crescimento da bioindústria foi de 4,1%, que corresponde a mais do dobro do crescimento da economia global da UE (1,9%), fazendo desta uma das indústrias inovadoras com crescimento mais rápido da Europa.
Biotecnologia a gerar cadeias de valor efetivas na EU
Por cada posto de trabalho diretamente ligado ao setor da Biotecnologia, são gerados três postos adicionais na economia europeia. Desde a crise económica de 2008, este setor proporcionou cerca de 50 000 oportunidades de emprego adicionais.
A Bioindústria apresentou um Valor Acrescentado Bruto (VAB) médio por pessoa de 154 500 €, o que faz dela uma indústria altamente eficiente e de capital intensivo, que ultrapassa outros setores como o das telecomunicações e o financeiro.
A contribuição direta da Biotecnologia para o PIB através das atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) ascendeu de 2,7 mil milhões de euros em 2018. Isto corresponde a uma taxa média anual de crescimento de 4,5%, o que se conclui que cresce mais rapidamente que o setor da Biotecnologia no seu global, que, como visto no primeiro ponto, apresenta uma taxa de crescimento de 4,1%.
Esta indústria criou um excedente comercial significativo da UE nestes 10 anos e tem potencial para crescer por meio de incentivos adequados e uma visão aberta das cadeias de valor do comércio internacional. Com um excedente comercial atualmente superior a 22 mil milhões de euros, a indústria da Biotecnologia europeia tem uma contribuição económica superior à média, através da distribuição de bens de elevada qualidade e valor acrescentado.
Este estudo evidencia o potencial desta área, que tem a vantagem de poder ser aplicada a uma infinidade de processos em diversos setores, desde desenvolvimento de vacinas para combater pandemias e mudar o paradigma que se vive nas doenças raras, a processos industriais que recorrem a fontes renováveis, em vez de fósseis, a atender às necessidades alimentares de uma população mundial em constante crescimento através de culturas melhoradas, resistentes à seca, entre outros tantos exemplos. O que é facto é que a Biotecnologia tem mostrado o seu valor ao mitigar problemas globais tão impactantes como pandemias, aquecimento global, desnutrição, destruição da biodiversidade, etc.
Em suma, neste estudo estão patentes os benefícios da Biotecnologia do ponto de vista económico, dada a produtividade inerente, os postos de trabalho criados, as cadeias de valor geradas, mas também do seu impacto na sociedade através dos produtos gerados, com ênfase no potencial de inovação que a caracteriza.
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